terça-feira, 17 de maio de 2011

Tendências mundiais dão dicas das informações que deveremos estar expressando em breve nos rótulos brasileiros


Rótulos seguem novas exigências de consumo

Tendência é aumento do consumo de mercadorias ecologicamente corretas, com selos informativos expressos



Em um cenário internacional ainda nebuloso por conta do aumento generalizado dos preços dos alimentos em todo o planeta, identificar algumas tendências de consumo pode ser um fator diferencial para o desenvolvimento de algumas empresas e profissionais, que trabalham na área e estão antenados às mudanças de comportamento dos consumidores.

Um dos principais pontos a serem observados é a indicação de que, na atualidade, as pessoas estão mais criteriosas com tudo o que está envolvido na fabricação do produto. É o que se chama de "consumidor vigilante".

De olho nisso, determinados fabricantes estão expondo nos rótulos de seus produtos informações que atendam à necessidade de seus clientes de compreender a origem e a maneira como o produto foi fabricado. Esta é uma das 15 tendências indicadas pela "Sial, The Global Food Marketplace Trends & Innovations", realizada no fim do ano passado, em Paris.

Depois de visitar a feira pela segunda vez consecutiva, os empresários Carlos Gama e Renata Regueira, da agência de comunicação G Marketing, divulgaram um trabalho específico a respeito desses indicadores de alterações comportamentais no consumo. Segundo Carlos, foi realizada uma comparação com o antes e o depois da turbulência mundial.

Na opinião dele, o estudo sem os efeitos da crise sairá em 2012, após a terceira visita dos diretores da empresa à Sial. Contudo, algumas considerações já puderam ser reveladas neste último levantamento, como, por exemplo, o fortalecimento da figura do consumidor vigilante. "É um fenômeno que, em breve, estará chegando por aqui. Os países precisam criar isso até como um contraponto para os produtos chineses, que estão tomando conta do mundo. Não só na área de alimentos", comenta Carlos Gama.

Para ele, a partir da conscientização das pessoas de um consumo de mercadorias ecologicamente corretas, com selos informativos expressos em sua embalagem, como embalagem biodegradável, alimento sem glúten, fabricado sem contato manual e sem trabalho infantil ou escravo, entre outros, são algumas características que podem servir de diferencial já que em relação ao preço, os produtos chineses são praticamente imbatíveis.

"Acredito que seja uma tendência a partir desse momento que deva fortalecer determinados produtos que respeitem alguns comportamentos", avalia o empresário.

De acordo com o diretor da G Marketing, há uma nova dimensão moral e ética observada, sobretudo, nos países desenvolvidos, que acolhe bem essa tendência. Mas outros aspectos também se destacam como embalagens cada vez mais correlacionadas a contextos sociais como churrascos, festas e datas comemorativas.

Além disso, elas devem ser mais práticas, já que os consumidores de hoje em dia estão preocupados em otimizar o tempo que dispõem.

Segundo Gama, ficou evidenciado que o prazer ganhou espaço significativo, representando quase uma em cada duas inovações globais no mundo. O eixo saúde se estabilizou, enquanto a tendência do natural (os orgânicos), obteve leve crescimento. Para fechar o tripé, conveniência (fácil manuseio) também foi foco de novidades na Sial.

Contudo, o especialista afirma que, no Brasil, o comportamento é um pouco diferente por conta da grande demanda reprimida ainda existente. "Lá fora, as pessoas estão mais criteriosas com o dinheiro. Aqui, o grande destaque está nisso, como o Brasil tem ganhado muita força, principalmente a classe C, aqui o comportamento é um pouco diferente. As pessoas têm consumido mais", diz Gama.


(Fonte: Diário do Nordeste, 22 de abril de 2011)

Um comentário:

  1. Casa, parabéns pelo site e pelo blog! Está tudo muito lindo!
    Abrações Aline De Gasperi

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